Aquisição do negócio Unibanco pela Novo Banco
O Novo Banco (NB) celebrou um Business Transfer Agreement (BTA) com a Unicre para adquirir o negócio de crédito ao consumo operado sob a marca Unibanco, reforçando a sua presença no segmento de financiamento a particulares em Portugal.
PORTUGALECONOMIA E FINANÇAS
Ana Cardoso
11/12/20253 min read
O Novo Banco (NB) celebrou um Business Transfer Agreement (BTA) com a Unicre para adquirir o negócio de crédito ao consumo operado sob a marca Unibanco, reforçando a sua presença no segmento de financiamento a particulares em Portugal.
Aquisição do negócio Unibanco pela Novo Banco
O Novo Banco (NB) celebrou um Business Transfer Agreement (BTA) com a Unicre para adquirir o negócio de crédito ao consumo operado sob a marca Unibanco, reforçando a sua presença no segmento de financiamento a particulares em Portugal.
Detalhes da transação
Abrangência:
Inclui a carteira de crédito produtiva ao consumo da Unicre — cartões de crédito, crédito pessoal e consolidação de crédito — com valor líquido contabilístico de cerca de €262 milhões (junho de 2024).Ativos e passivos:
A operação contempla também a marca Unibanco e outros ativos e passivos associados à unidade de negócio.Calendário:
A conclusão da transação está prevista para o primeiro trimestre de 2026, sujeita às aprovações regulatórias habituais.Notificação à AdC:
O NB notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) a 30 de setembro de 2025, com efeitos a partir de 5 de novembro de 2025.
Impacto financeiro e estratégico
O Novo Banco estima que a aquisição aumente a sua carteira de crédito ao consumo em cerca de 15%.
À data do anúncio, o NB detinha cerca de €2,1 mil milhões neste segmento; com a integração dos ≈ €262 milhões da Unicre, o total aproximar‑se‑ia dos €2,4 mil milhões.
O banco sublinha a sua posição de capital sólida, com rácio CET1 de 16,8% (junho de 2025), garantindo capacidade para absorver e integrar a nova unidade.
Enquadramento estratégico
Esta operação enquadra‑se na estratégia de crescimento doméstico do Novo Banco, centrada em expandir a atividade bancária em Portugal e aproveitar oportunidades acretivas no mercado nacional.
A integração da marca Unibanco, com forte reconhecimento no crédito ao consumo, reforça a diversificação de produtos e a proximidade com o cliente particular, consolidando a posição do NB como um dos principais players do setor financeiro português.
O que significa a operação para a Unicre
Para a Unicre, a venda do negócio de crédito ao consumo à Novo Banco representa uma redefinição estratégica. A entidade passa a concentrar‑se na sua atividade principal de acquiring e pagamentos, área onde já detém uma posição de destaque no mercado português.
Segundo o Jornal Económico, a Unicre identifica o setor dos pagamentos como uma oportunidade de criação de valor, reforçando o foco em emissão de cartões, soluções de pagamento e serviços tecnológicos associados.
Objetivo estratégico:
Foco no core business: reforçar a liderança no acquiring, ou seja, na gestão e processamento de pagamentos eletrónicos.
Simplificação operacional: ao transferir a unidade de crédito ao consumo, a Unicre reduz complexidade regulatória e riscos associados ao crédito.
Aposta em inovação: maior capacidade para investir em tecnologia, segurança e digitalização dos meios de pagamento.
Considerações e riscos
A operação ainda depende de aprovação regulatória, pelo que não está concluída.
O sucesso da integração por parte do Novo Banco e o aproveitamento de sinergias não são garantidos.
A transferência de carteiras de crédito e da marca Unibanco pode implicar desafios operacionais, nomeadamente na retenção de clientes e na continuidade do serviço.
Do ponto de vista do consumidor, a operação poderá alterar a dinâmica competitiva do mercado de crédito ao consumo, com o Novo Banco a ganhar escala e poder de negociação.
A Autoridade da Concorrência (AdC) avaliará o impacto da transação em termos de concentração e competitividade no setor financeiro português.
Síntese
A Unicre opta por reforçar a especialização no segmento de pagamentos e soluções digitais, deixando o crédito ao consumo para um banco com maior dimensão e estrutura de financiamento.
Esta decisão alinha‑se com a tendência do setor financeiro de foco em áreas de maior rentabilidade e inovação tecnológica, num contexto de crescente digitalização dos serviços financeiros.
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