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Atualização: Situação e previsões meteorológicas para Portugal - Impacto da depressão Cláudia na Península de Setúbal

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que os efeitos iniciais da tempestade comecem a sentir‑se no Minho no final do dia 11 de novembro, estendendo‑se gradualmente às restantes regiões do país ao longo do dia 12 e nos dias seguintes.

PORTUGAL

Ana Cardoso

11/12/20258 min read

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Setúbal, 14 de novembro de 2025 — Atualização

A depressão Cláudia provocou um impacto generalizado na Península de Setúbal, afetando todos os concelhos da região com múltiplas ocorrências de inundações, quedas de árvores, cortes de energia, desalojamentos e, lamentavelmente, vítimas mortais.

Uma tempestade que não poupou a Península de Setúbal

De acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a depressão Cláudia originou 1.874 ocorrências em todo o país até às 17h00 de quinta-feira. Destas, 498 registaram-se na Península de Setúbal, colocando a região entre as mais atingidas.

Durante a madrugada, entre as 00h00 e as 06h00, foram registadas 86 ocorrências em poucas horas, a maioria relacionadas com inundações. Segundo Pedro Araújo, da ANEPC, dessas 86 situações, 68 foram inundações, 6 quedas de árvores e 4 movimentos de massa ou deslizamentos.

Para responder à emergência, estiveram mobilizados 184 operacionais e 56 meios de socorro.

Danos, vítimas e evacuações

O impacto humano foi severo. No concelho do Seixal, em Fernão Ferro, um casal de idosos de cerca de 88 anos perdeu a vida após a sua habitação ficar inundada. Além das vítimas mortais, há 28 pessoas desalojadas, segundo a ANEPC.

Foram ainda registados 5 salvamentos terrestres e 6 aquáticos até ao momento.

Concelhos mais afetados e principais incidentes

Os concelhos mais atingidos foram Seixal, Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete. Entre os incidentes mais graves destacam-se:

  • EN 378 (Fernão Ferro): cortada devido à acumulação de água.

  • Quedas de árvores em várias zonas, estradas inundadas, garagens alagadas e caixas de elevador afetadas.

  • Estruturas soltas, como placas e andaimes, representaram risco adicional, especialmente em áreas arborizadas.

Falhas de eletricidade e infraestruturas

Cerca de 20 mil clientes ficaram sem eletricidade, sobretudo nos distritos de Setúbal, Lisboa e Santarém. Segundo a E-REDES, as interrupções deveram-se ao impacto direto da tempestade nas infraestruturas elétricas.

No concelho do Montijo, várias escolas foram encerradas durante a manhã por precaução e segurança.

Condições meteorológicas e alertas

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu aviso vermelho para o distrito de Setúbal, alertando para chuvas fortes e persistentes. As previsões indicavam precipitação intensa, trovoadas e rajadas de vento até 90 km/h no litoral e 110 km/h em zonas mais altas.

O IPMA também alertou para o risco de movimentos de massa e queda de árvores, especialmente em áreas arborizadas.

Chamamento à população

A Proteção Civil reforçou recomendações de segurança à população:

  • Limpar sistemas de escoamento, removendo folhas e detritos.

  • Fixar estruturas soltas, como andaimes e placas publicitárias.

  • Evitar áreas arborizadas durante ventos fortes.

  • Não atravessar zonas inundadas, devido ao risco de profundidade e buracos ocultos.

Depressões meteorológicas: o que são e porque causam tanto impacto em Portugal

1. O que é uma depressão?

Uma depressão (também chamada de cavado ou baixa pressão) é uma área onde a pressão atmosférica é mais baixa do que nas zonas ao redor.
O ar desloca-se naturalmente das áreas de alta pressão (ar mais denso) para as de baixa pressão (ar ascendente).

Quando o ar sobe numa depressão:

  • ar quente → sobe e arrefece

  • arrefecendocondensa a humidade

  • condensando → forma nuvens densas e precipitação

Este processo gera chuva intensa, vento forte e, por vezes, tempestades severas.

2. Como se forma este tipo de depressão?

🎯 a) Origem no Atlântico

A maioria das depressões que atingem Portugal forma-se no Atlântico Norte, na fronteira entre:

  • massas de ar quente e húmido vindas do sul

  • massas de ar frio e seco vindas do norte

O encontro destas massas cria um forte contraste térmico, que funciona como o “combustível” para a formação da depressão.

🎯 b) Geração de um núcleo de baixa pressão

O ar quente sobe e o ar frio desce, criando uma rotação (devido à rotação da Terra) e um centro de baixa pressão que se aprofunda rapidamente.

🎯 c) Intensificação

A depressão intensifica-se quando:

  • encontra águas do mar mais quentes

  • muito vapor de água disponível

  • existe forte diferença de temperatura e vento em altitude (jet stream)

Quando estes fatores se combinam, surgem depressões muito potentes — como a Cláudia.

3. Porque estas depressões causam tantos estragos

1) Chuva muito intensa em pouco tempo

Estas depressões transportam grandes quantidades de vapor de água.
Quando descarregam sobre Portugal:

  • chove muito em pouco tempo

  • o solo não consegue absorver

  • linhas de água e escoamentos enchem rapidamente

➡️ Resultado: cheias rápidas, inundações urbanas e ribeiras que transbordam.

2) Vento forte e rajadas destrutivas

A rápida diferença de pressão gera ventos intensos, capazes de provocar:

  • queda de árvores

  • danos em estruturas metálicas

  • destelhamentos

  • cortes de energia

➡️ Porto, Lisboa e Setúbal são especialmente vulneráveis devido ao corredor de vento atlântico.

3) Sistema urbano pouco preparado

Muitas cidades portuguesas têm:

  • redes de drenagem antigas

  • má manutenção de sarjetas

  • urbanização intensa em zonas de risco

Em dias de chuva extrema:

  • ruas tornam-se rios

  • garagens enchem rapidamente

  • túneis e vias rápidas ficam cortados

➡️ As cidades não conseguem escoar a água à velocidade necessária.

4) Solos já saturados

Após vários dias de chuva:

  • o solo deixa de absorver

  • qualquer precipitação adicional gera escoamento superficial imediato

➡️ Aumenta o risco de deslizamentos de terra.

5) Localização da Península de Setúbal

A região é particularmente vulnerável porque:

  • está exposta diretamente às frentes atlânticas

  • possui zonas baixas junto ao Tejo e Sado

  • tem áreas densamente urbanizadas (Seixal, Barreiro, Almada, Setúbal)

  • apresenta vales que concentram água (Azeitão, Palmela)

➡️ Tudo isto torna a Península de Setúbal naturalmente propensa a inundações.

4. Porque estas depressões estão a piorar?

forte consenso científico de que:

  • o Atlântico está mais quente

  • o ar contém mais vapor de água

  • os eventos de chuva extrema estão a tornar-se mais intensos

Isto significa que depressões como a Cláudia:

  • tornam-se mais frequentes

  • ganham energia mais rapidamente

  • produzem precipitação muito mais forte

Não é que existam mais depressões — é que são mais violentas.

sun behind gray clouds
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turned on electric post
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Condições esperadas

  • Precipitação:
    As regiões do litoral Norte e Centro e as zonas montanhosas serão as mais afetadas, com chuvas intensas e acumulados superiores a 100–150 mm em alguns locais.

  • Vento:
    O vento soprará forte do quadrante sul, com rajadas até 90 km/h no litoral e 120 km/h nas terras altas, podendo causar quedas de árvores e danos em estruturas frágeis.

  • Agitação marítima:
    Prevê‑se ondas entre 3 e 5 metros na costa ocidental, com impacto significativo na navegação e zonas costeiras.

  • Arquipélago da Madeira:
    O Serviço Regional de Proteção Civil alerta para chuvas fortes e ventos intensos a partir da madrugada de quarta‑feira, com possíveis perturbações nas redes de energia e comunicações.

Medidas de precaução recomendadas

  • Evitar deslocações desnecessárias durante os períodos de maior intensidade da tempestade.

  • Não atravessar zonas inundadas ou de difícil drenagem; redobrar a atenção em passagens submersas e junto a cursos de água.

  • Fixar ou recolher objetos soltos no exterior, como lonas, andaimes ou estruturas frágeis, que possam ser arrastados pelo vento.

  • Conduzir com precaução, devido ao piso escorregadio, ramos caídos e possíveis inundações em vias.

  • Acompanhar os avisos meteorológicos e seguir as instruções da Proteção Civil e das autoridades locais.

Conclusão

Portugal enfrenta um episódio de mau tempo significativo, com chuvas intensas, ventos fortes e agitação marítima. A adoção de medidas preventivas e o acompanhamento das informações oficiais são essenciais para garantir a segurança de todos.

Depressão Cláudia – Situação meteorológica

A Depressão Cláudia é um sistema de baixa pressão de origem atlântica que se aproxima de Portugal continental e dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, trazendo consigo condições meteorológicas adversas.

De acordo com informações do Diário de Notícias, Emissor Regional do Zêzere e MeteoEstrela, este fenómeno deverá provocar instabilidade generalizada nos próximos dias, com impacto em várias regiões do país.

Fenómenos associados

  • Ventos fortes, com rajadas que poderão atingir valores elevados, sobretudo no litoral e em zonas montanhosas.

  • Chuvas persistentes ou intensas, com possibilidade de trovoadas localizadas.

  • Agitação marítima significativa, com ondas de grande altura na costa ocidental.

  • Efeitos secundários possíveis: inundações rápidas, queda de árvores, movimentos de terras e interrupções em infra‑estruturas como energia, comunicações e transportes.

Recomendações gerais

  • Acompanhar os avisos do IPMA e as orientações da Proteção Civil.

  • Evitar deslocações desnecessárias durante os períodos de maior intensidade.

  • Garantir a segurança de objetos soltos no exterior e verificar sistemas de drenagem.

  • Redobrar a atenção na condução, especialmente em estradas com risco de acumulação de água ou detritos.

A Depressão Cláudia insere‑se num padrão típico de outono, em que sistemas atlânticos transportam chuva e vento intensos para a Península Ibérica. A vigilância meteorológica e a adoção de medidas preventivas são essenciais para minimizar os impactos esperados.

IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA

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Atualização da situação e previsões meteorológicas em Portugal
13 de novembro de 2025, 12h20 (UTC)

A passagem da depressão Cláudia está a provocar impactos significativos em Portugal, segundo dados preliminares recolhidos esta manhã. Estes números não são oficiais finais e deverão ser confirmados pelas entidades competentes.

Ocorrências registadas:


A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou 86 ocorrências entre as 00h00 e as 06h00 de hoje, atribuídas à chuva intensa provocada pela depressão Cláudia.
Do total, 68 foram inundações em vias públicas, garagens ou caixas de elevador, 6 quedas de árvores e 4 movimentos de massa.

As áreas mais atingidas incluem:

  • Distrito de Setúbal – 43 ocorrências

  • Grande Lisboa – 19 ocorrências

  • Região do Oeste – 13 ocorrências

Paralelamente, cerca de 20 000 clientes ficaram sem eletricidade nas regiões de Lisboa, Setúbal e Santarém.

Situação ferroviária:
Até ao momento, não há confirmação oficial de paragem total nas circulações das linhas do Norte ou do Alentejo devido ao mau tempo. No entanto, podem verificar-se perturbações ou atrasos, à semelhança de situações anteriores provocadas por fenómenos meteorológicos intensos.

Contexto e alertas meteorológicos:
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu avisos meteorológicos elevados, incluindo aviso vermelho para o distrito de Setúbal, devido à previsão de precipitação forte e persistente.
O período mais crítico deverá prolongar-se até cerca das 09h00 em algumas regiões.

Recomendações para a população:

  • Evite deslocações desnecessárias nas zonas afetadas.

  • Confirme o estado da circulação ferroviária junto da CP – Comboios de Portugal antes de viajar.

  • Mantenha-se atento às comunicações oficiais da ANEPC, IPMA e Proteção Civil.

  • Em caso de inundação ou queda de árvore, contacte os serviços de emergência.

Nota de isenção:
Os dados apresentados baseiam-se em informações preliminares e fontes jornalísticas. Não constituem um relatório oficial da ANEPC ou da CP. Recomenda-se aguardar comunicados formais das entidades competentes para confirmação e atualização dos números.

IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA