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Certificados de Aforro (CA) em Portugal — Contexto, Crescimento e Significado Económico

Dados recentes e porque estão a crescer De acordo com dados de novembro de 2025, o montante aplicado em Certificados de Aforro (CA) atingiu 39.387 milhões de euros no final de outubro — o valor mais alto de sempre desde o início do registo histórico.

PORTUGALECONOMIA E FINANÇAS

11/26/20253 min read

20 euro bill on white and blue textile
20 euro bill on white and blue textile

O crescimento é de 15,4 % em termos homólogos, comparando com outubro de 2024.
Fonte: Human Resources (+1)*

Em outubro de 2025, as subscrições líquidas (novas entradas menos amortizações) foram de 348,9 milhões de euros, confirmando o forte interesse das famílias neste produto de poupança.

Nos meses anteriores, a tendência já era de subida: 37 000 milhões em abril e 37 500 milhões em maio, segundo dados do Sol.

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Motivos que explicam o crescimento recente

  • A remuneração dos CA, embora tenha descido da máxima de 2,5 %, continua superior à maioria dos depósitos bancários, tornando‑os uma opção atrativa.
    Fontes: DECO PROTESTE (+2), Sol (+2)*

  • A falta de alternativas seguras e de rendimentos competitivos em produtos de risco leva muitas famílias a optar por um instrumento garantido pelo Estado.

  • Para o Estado português, os CA são uma fonte de financiamento interno, permitindo captar poupanças nacionais e reduzir a dependência de dívida externa.

consequências económicas

  • Confiança dos aforradores: o volume recorde demonstra forte procura por segurança e previsibilidade, num contexto de incerteza económica e volatilidade das taxas de juro.

  • Financiamento estável para o Estado: com quase 40 mil milhões de euros aplicados, o Estado dispõe de um colchão financeiro interno, útil para gerir dívida pública e reforçar a autonomia orçamental.

  • Impacto na política monetária: se a inflação superar o juro efetivo dos CA, o ganho real dos aforradores pode ser reduzido — mas a garantia de capital continua a ser o principal atrativo.

  • Pressão para manter competitividade: o peso crescente dos CA pode levar o Estado a ajustar condições de remuneração ou melhorar a acessibilidade para evitar fuga de capitais para outros produtos.

  • Modernização e distribuição: o aumento da procura pode acelerar a digitalização e simplificação de processos nos canais de subscrição (CTT, bancos e plataformas online).

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Tensões e desafios potenciais

  • A remuneração dos CA está indexada à Euribor, o que significa que descidas nas taxas de juro podem tornar o produto menos atrativo em termos reais.

  • O equilíbrio entre atratividade para os aforradores e sustentabilidade para o Estado será determinante para o futuro do produto.

  • A educação financeira e a diversificação das poupanças continuam essenciais para evitar concentração excessiva num único instrumento.

Perspetivas e fatores a observar — Certificados de Aforro em 2025/2026

Com juros baixos e inflação mais elevada, o retorno real dos Certificados de Aforro (CA) tende a ser modesto, o que reduz a atratividade para quem procura preservar poder de compra e não apenas o capital nominal.

A concentração de poupanças num instrumento garantido pelo Estado cria também um risco sistémico: em caso de resgates massivos, o Estado poderia perder uma fonte relevante de financiamento interno, pressionando a gestão da dívida pública.

Além disso, alternativas de investimento mais sofisticadas — como ações, fundos de investimento ou imobiliário — podem atrair famílias com maior literacia financeira, levando a uma diversificação das poupanças e a uma desaceleração do crescimento dos CA.

Fatores a observar até final de 2025/2026

  • Evolução da Euribor e das taxas de juro:
    Se as taxas subirem, os CA podem ganhar atratividade; se caírem, o rendimento cairá e o interesse poderá diminuir.

  • Confiança dos aforradores:
    A estabilidade económica e a perceção de segurança serão cruciais. Qualquer instabilidade financeira ou surgimento de novos produtos pode alterar a tendência atual.

  • Políticas do Governo e do Estado:
    Limites de subscrição, incentivos fiscais ou mudanças regulatórias podem afetar diretamente a atratividade e sustentabilidade dos CA.

  • Inflação e custo de vida:
    Se a inflação permanecer elevada, o rendimento real dos CA poderá tornar‑se negativo, levando muitos aforradores a procurar investimentos alternativos com maior potencial de valorização.