Dick Cheney (1941–2025): o vice-presidente que moldou a “guerra ao terrorismo”
Cheney foi um dos conselheiros mais influentes da Casa Branca, conhecido pela sua postura firme em temas de segurança nacional e política externa.
MUNDO
Ana Cardoso
11/5/20252 min read


Morreu Dick Cheney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos entre 2001 e 2009, figura central na política norte-americana do início do século XXI. Escolhido por George W. Bush para compor a chapa republicana, Cheney foi um dos conselheiros mais influentes da Casa Branca, conhecido pela sua postura firme em temas de segurança nacional e política externa.
Com uma longa carreira política e fortes ligações à família Bush, Cheney desempenhou papel decisivo na formulação da resposta dos Estados Unidos aos atentados de 11 de setembro de 2001. Foi um dos principais defensores da chamada “guerra ao terrorismo”, que incluiu a invasão do Afeganistão e, posteriormente, do Iraque, em 2003 — decisão que marcaria profundamente a política internacional nas décadas seguintes.
A sua atuação dividiu opiniões: para uns, foi um líder determinado na defesa da segurança americana; para outros, o símbolo de uma era de intervenções militares controversas e de políticas de vigilância ampliadas. Cheney deixa um legado complexo, que continua a influenciar o debate sobre poder, segurança e ética na política global.
Dick Cheney (1941–2025)
Dick Cheney foi um político e empresário norte-americano, amplamente reconhecido pelo seu papel como vice-presidente dos Estados Unidos durante os dois mandatos de George W. Bush, entre 2001 e 2009. Nascido em 30 de janeiro de 1941, em Lincoln, Nebraska, Cheney cresceu em Casper, no estado do Wyoming, onde iniciou o seu envolvimento com a política ainda jovem.
Formou-se em Ciência Política pela Universidade de Wyoming, após ter frequentado brevemente a Universidade de Yale. A sua carreira política começou na década de 1960, quando trabalhou como assessor no Congresso e, posteriormente, na Casa Branca durante o governo de Richard Nixon. Ganhou destaque como chefe de gabinete do presidente Gerald Ford, entre 1975 e 1977, tornando-se um dos mais jovens a ocupar o cargo.
Em 1978, Cheney foi eleito para a Câmara dos Representantes pelo estado do Wyoming, cargo que exerceu por seis mandatos consecutivos. Durante esse período, consolidou-se como uma voz influente no Partido Republicano, especialmente em temas de defesa e política externa.
Entre 1989 e 1993, serviu como Secretário de Defesa no governo de George H. W. Bush, supervisionando a Operação Tempestade no Deserto, que resultou na libertação do Kuwait após a invasão iraquiana. Após deixar o cargo, Cheney ingressou no setor privado, tornando-se CEO da Halliburton, uma das maiores empresas de serviços petrolíferos do mundo.
Em 2000, foi escolhido como candidato a vice-presidente na chapa de George W. Bush. Após a vitória republicana, Cheney tornou-se uma das figuras mais poderosas e influentes do governo, especialmente após os atentados de 11 de setembro de 2001. Foi um dos principais arquitetos da “guerra ao terrorismo” e um dos defensores mais firmes da invasão do Iraque em 2003, sob o argumento de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.
A sua atuação gerou grande controvérsia, sendo elogiado por sua firmeza e criticado por políticas consideradas excessivamente intervencionistas e pela defesa de métodos de interrogatório amplamente condenados por organizações de direitos humanos.
Após deixar a vice-presidência em 2009, Cheney manteve-se ativo como comentarista político e autor, publicando memórias e participando de debates sobre segurança nacional e política externa.
Dick Cheney faleceu em 2025, aos 84 anos, deixando um legado complexo e profundamente ligado a um dos períodos mais marcantes da história recente dos Estados Unidos.