Função Pública em Greve Esta Sexta-Feira: Saúde, Educação e Justiça Entre os Setores Mais Afetados
A Administração Pública portuguesa prepara-se para uma greve nacional esta sexta-feira, convocada pela FESINAP – Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos. A paralisação deverá ter impacto expressivo em vários serviços essenciais, nomeadamente saúde, educação, justiça e autarquias, com algumas escolas já a alertar os encarregados de educação para a possibilidade de não abrirem portas.
PORTUGAL
Ana Cardoso
11/20/20252 min read
Greve de 24 horas por todo o país
A greve estende-se por 24 horas, começando às 00h00 de sexta-feira e terminando às 23h59 do mesmo dia. É dirigida a trabalhadores da Administração Pública central, regional e local, incluindo carreiras gerais e especiais, funcionários de serviços desconcentrados, profissionais de saúde, trabalhadores das escolas e técnicos de tribunais.
Setores com maior impacto:
Educação
Escolas de várias regiões do país já começaram a avisar pais e alunos de que poderão não abrir ou funcionar apenas com serviços mínimos. A paralisação envolve professores e assistentes operacionais, o que pode comprometer o normal funcionamento das atividades letivas.
Saúde
Nos hospitais e centros de saúde prevê-se perturbações no atendimento, incluindo cancelamento de consultas e atrasos em serviços administrativos. Estão assegurados os serviços mínimos, mas a falta de profissionais poderá condicionar o ritmo normal dos serviços.
Justiça e serviços públicos
Tribunais, repartições de finanças, conservatórias e outros serviços do Estado podem registar delays, atendimento reduzido ou encerramentos temporários. A Direção-Geral da Administração da Justiça já emitiu orientações para garantir os serviços essenciais.
Por que motivo há greve? As reivindicações da FESINAP
A FESINAP justifica esta paralisação com várias reivindicações, entre elas:
Contestação ao programa governamental “Work XXI”, que a federação considera prejudicial para trabalhadores da Administração Pública.
Acusações de discriminação sindical, alegando falta de diálogo do Governo com sindicatos independentes.
Valorização salarial, com pedido de atualização da remuneração para trabalhadores com 10 anos de serviço, independentemente do vínculo.
Revisão e valorização das carreiras, incluindo progressões, avaliação e reposição de pontos do SIADAP.
Criação ou atualização do cartão-refeição para funcionários públicos.
A federação afirma ainda que esta greve é um “alerta nacional” e que outras formas de luta poderão ser desencadeadas caso o Governo não responda às reivindicações.
Adesão poderá ser elevada
Segundo estimativas avançadas por fontes sindicais, a adesão à greve pode variar entre 50% e 90%, com maior impacto esperado nos setores da educação e saúde. Em algumas regiões, sobretudo no norte do país, a participação poderá ser ainda mais elevada.
Consequências para os cidadãos
Os portugueses devem prepare-se para:
Possibilidade de escolas fechadas ou com funcionamento limitado;
Consultas adiadas e potenciais atrasos nos serviços de saúde;
Atendimento condicionado em autarquias, repartições e tribunais;
Redução do ritmo normal de inúmeros serviços públicos essenciais.
Greve pode abrir caminho para novos protestos
A FESINAP não exclui novas ações de protesto se não houver avanços significativos após esta greve. Caso o Governo mantenha as atuais propostas laborais, a federação admite recorrer a novas greves, setoriais ou gerais, nos próximos meses.