Revisores da CP em greve parcial nos comboios de longo curso entre 3 e 13 de novembro
Sindicato denuncia incumprimento de acordo laboral e alerta para falhas graves de segurança nas operações ferroviárias.
PORTUGAL
Ana Cardoso
10/31/20252 min read


Os revisores da CP – Comboios de Portugal iniciam uma greve parcial entre os dias 3 e 13 de novembro, afetando os serviços de longo curso. A paralisação foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), que acusa a empresa de incumprir o acordo laboral celebrado anteriormente e de não garantir condições adequadas de segurança para trabalhadores e passageiros.
De acordo com o sindicato, a greve abrange os comboios Alfa Pendular, Intercidades e outros serviços de longo percurso, podendo provocar perturbações significativas na circulação. O SFRCI afirma que a decisão resulta da “falta de resposta da administração da CP” a várias reivindicações, nomeadamente o cumprimento integral do acordo de valorização profissional e a resolução de problemas operacionais que afetam o dia a dia dos revisores.
Entre as principais preocupações, o sindicato destaca “questões graves de segurança” que, segundo refere, têm sido comunicadas à empresa “sem qualquer resposta”. Entre os exemplos apontados estão situações em que a dimensão dos comboios excede a das plataformas de embarque e desembarque nas estações, bem como episódios de sobrelotação, que “colocam em risco a segurança dos utentes e dos trabalhadores”.
A CP reconheceu a receção do pré-aviso de greve e informou que está a avaliar o impacto da paralisação, garantindo que serão divulgados planos alternativos de transporte e informações atualizadas aos passageiros. A empresa não comentou, até ao momento, as acusações relativas às condições de segurança.
O Ministério das Infraestruturas acompanha o caso e apelou ao diálogo entre as partes, sublinhando a importância de garantir a continuidade do serviço público ferroviário e a segurança de todos os intervenientes.
A greve parcial deverá decorrer em períodos específicos de cada dia, afetando sobretudo as viagens de longo curso, enquanto os serviços urbanos e regionais deverão manter-se com menor impacto.


O sindicato não divulgou uma lista oficial das estações onde a dimensão dos comboios excede a das plataformas de embarque e desembarque, mas, segundo informações frequentemente apontadas em relatórios e queixas anteriores do setor ferroviário, essas situações tendem a ocorrer em várias estações de linhas de longo curso, especialmente nas que não foram ainda modernizadas.
Entre as mais referidas por trabalhadores e utilizadores estão:
Entroncamento
Pombal
Alfarelos
Mangualde
Guarda
Beja
Évora
Abrantes
Nessas estações, algumas composições — sobretudo dos serviços Intercidades e Alfa Pendular — podem ultrapassar a extensão útil das plataformas, obrigando os passageiros a embarcar ou desembarcar apenas por determinadas portas.
O sindicato alerta que esta limitação, associada à sobrelotação em horários de pico, representa um risco acrescido para a segurança dos utentes e dos trabalhadores, e defende que a CP e a Infraestruturas de Portugal devem priorizar intervenções de ampliação e requalificação das plataformas.