Rússia avança em Pokrovsk enquanto Kremlin anuncia disposição para negociações em Istambul Pokrovsk
Pokrovsk / Istambul, 13 de novembro de 2025 – A guerra na Ucrânia entrou em nova fase tensa nesta semana. Enquanto as forças russas avançam na região de Pokrovsk, no leste ucraniano, o Kremlin declarou estar pronto para continuar negociações de paz com a Ucrânia em Istambul, na Turquia.
POLITICAMUNDO
Ana Cardoso
11/13/20252 min read
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Pokrovsk / Istambul, 13 de novembro de 2025 – A guerra na Ucrânia entrou em nova fase tensa nesta semana.
Enquanto as forças russas avançam na região de Pokrovsk, no leste ucraniano, o Kremlin declarou estar pronto para continuar negociações de paz com a Ucrânia em Istambul, na Turquia. Avanço militar russo em Pokrovsk Segundo relatórios militares, a ofensiva russa na região de Donetsk tem ganhado ritmo, com tropas russas se aproximando de Pokrovsk e ameaçando cidades vizinhas como Myrnohrad.
Especialistas afirmam que a captura de Pokrovsk teria um impacto estratégico significativo, abrindo caminho para controlar linhas de abastecimento ucranianas e pressionar defesas adversárias. Analistas destacam que o avanço ocorre mesmo em meio à diplomacia, mostrando que Moscovo mantém pressão militar enquanto participa de negociações. A ofensiva é considerada tática, mas seu efeito simbólico e logístico é relevante para o desenrolar do conflito no leste da Ucrânia.
Negociações em Istambul
As negociações em Istambul marcam um momento raro de diálogo direto entre Rússia e Ucrânia, as primeiras reuniões desse tipo em mais de três anos. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “acordos importantes foram alcançados”, embora não haja expectativa de resultados imediatos. Entre os pontos discutidos pela Rússia estariam exigências como a neutralidade da Ucrânia, o reconhecimento da Crimeia como território russo e a retirada ucraniana de regiões do Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
A Ucrânia, no entanto, rejeitou negociações enquanto não houver um cessar-fogo seguro e condições mínimas de integridade territorial. Especialistas destacam que a posição russa combina diplomacia e ação militar, enquanto a Ucrânia busca apoio ocidental contínuo e evita ceder território de forma unilateral. Perspectiva do tenente-general Marco Serronha O tenente-general português Marco Serronha analisou a situação em comentários recentes, alertando que a “paz de facto no terreno”, caso imposta em condições desfavoráveis à Ucrânia, poderia comprometer a ordem internacional e incentivar novas guerras de agressão. Serronha destacou ainda que a guerra evidenciou fragilidades na defesa europeia, incluindo falta de equipamento antiaéreo adequado, insuficiência de munições e limitações na capacidade industrial. Para ele, a Europa precisa reforçar capacidades militares, manter compromisso financeiro e agir com pragmatismo estratégico para não depender apenas de sanções ou diplomacia retórica.
Cenários futuros
Especialistas apontam quatro possíveis caminhos para o conflito: Continuidade da guerra com pressão militar russa. Acordos limitados, como trocas de prisioneiros e cessar-fogo localizados. Concessões territoriais ucranianas, com implicações estratégicas para a segurança europeia. Escalada do conflito ou envolvimento direto da NATO em caso de avanços significativos russos. Enquanto o mundo observa, Pokrovsk tornou-se um ponto-chave no conflito, simbolizando a tensão entre diplomacia e guerra em curso, e colocando em foco a capacidade da Ucrânia e da Europa de resistir à pressão militar russa.